e é por isto que não consigo por o coração de lado .


Hoje enquanto ia a caminho da aula de condução assisti a um atropelamento, mesmo atrás de mim. Assustei-me imenso com o barulho da pancada do carro. Olhei automaticamente para trás e pensei logo o pior. Aquela senhora, ali, na passadeira, deitada no chão. Parecia morta. A confusão instalou-se. O homem que a atropelou saiu imediatamente do carro, levou as mãos à cabeça e chorou, gritou, entrou num estado de pânico que só vendo. Chamaram logo o INEM. No meio da confusão, dos carros que faziam fila para passar, do barulho das sirenes e das luzes azuis, só pensei numa coisa
Não teria forças para exercer um curso ligado à Saúde. Sou muito sentimentalista e fico muito sentida com estas coisas. Mesmo com pessoas desconhecidas. Fui embora dali, com um nó na garganta e a pensar em tudo o resto que naquele momento ninguém tem cabeça para pensar - o dar a notícia ao resto da família daquela senhora e como ficará agora a consciência daquele homem. Isto aconteceu há umas horas e ainda estou meio em estado de choque. A vida é mesmo efémera...

2 comentários:

  1. caredo, que situação! =s sim, no ramo da saúde lida-se com muitas coisas, mas todas as profissões que impliquem lidar com pessoas precisam de saber pôr um bocadinho o coração de lado. na minha profissão, por exemplo, não tenho de ter muito sangue frio para ver feridas e assim, mas lidar com sequelas de doenças degenerativas e patologias neurológicas também nem sempre é fácil... mas tem uma coisa muito positiva: ensina-nos a valorizar a vida e aquilo que temos :)

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  2. São coisas que acontecem e não podemos levar muito a peito

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