diary of a trainee #3 .

Um mês de estágio. Um mês de muitos conhecimentos e de muita prática. Depois há também os dias difíceis, em que a vontade de vir é pouca ou nenhuma; dias que me apetece desistir disto e partir para outra coisa; dias que parece que se esquecem que sou apenas a estagiária; dias que todos os planos pós horário laboral têm de ficar adiados. Nem tudo são rosas. 
Acho que no fundo, quem ingressa por um estágio curricular, depois de terminar o curso, onde efetivamente o objetivo principal seria o de orientar a vida e começar a ganhar algum (€), precisa de muita força de vontade para não desanimar por completo. Há dias em que essa força de vontade é maior, noutros nem por isso. Mas pronto, cá ando a tentar dar sempre o meu melhor. Porque como se costuma dizer "o conhecimento não ocupa lugar". E estar em casa a matutar e com macaquinhos no sótão não é para mim. É esperar por melhores dias, é o que tenho tentado interiorizar.
Com muita pena minha, a minha orientadora ontem informou-me, enquanto íamos em viagem, numa conversa mais descontraída, que sexta-feira seria o último dia dela na empresa. Antes de ter uma conversa com o patrão, quis tê-la comigo primeiro, porque irei ser a parte lesada na sua decisão. Gostei da atitude dela, aliás nem esperaria outra coisa. É mesmo boa pessoa e preocupada com as coisas e com as pessoas. Ou seja, a partir da semana que vem vou andar um bocado à deriva até vir uma nova pessoa para ocupar o lugar dela. Ela irá na mesma auxiliar-me em alguns dias mas, na maioria, vou estar sozinha. Este primeiro mês fica assinalado como a viragem de mais uma etapa, com muita pena minha. 

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E depois também há os dias que gostamos de falar do nosso amor. Os actos são os actos, mas as palavras também tocam o coração.
Arrisco-me a dizer, sem dúvida nenhuma, que tenho o melhor namorado do mundo. O nosso maior desejo mais imediato é organizarmos a nossa vidinha e juntarmos os trapinhos. A dele está organizada, a minha não, infelizmente. Às vezes sinto esse peso sobre mim e desanimo. Mas logo tenho ali um Amigo, um Companheiro e um Amor que me faz ver a luz ao fundo do túnel e que dias melhores virão, para mim e para os dois. Um Amor maior que me completa [também com todos os seus defeitos]. Um Amor, que mesmo não tendo o dedinho para a cozinha, se esforça e se oferece para lavar a loiça. Ou quando a coisa corre menos mal a mim, nunca reclama e diz que está bom, mesmo que esteja intragável.
É de novo segunda feira e eu sinto como se já fosse sexta à noite. Porque falar do D., amar o D., é como se fosse sexta à noite.

' Oh mãe fazias-me era rica em vez de bonita* '

Desde que terminei o curso, e mesmo estando no estágio, quando vou à net a rotina é sempre a mesma: abrir o e-mail (não vá alguém ter respondido à minha proposta de estágio profissional), consultar sites de emprego - net-empregos, olx emprego, IEFP net emprego, entre outros-, a ver se há propostas novas (tanto na área como fora dela).
Só agora, que faço parte da lista infindável de licenciados deste país à procura de uma primeira oportunidade de trabalho, é que reconheço o quão doloroso/desesperante é esta fase da vida. O não ter planos, o não saber o que me irá acontecer no fim do ano, o viver nesta incógnita, o querer fazer planos de vida e não puder nem sequer supor quando possa, tudo isso me assusta. O lema por aqui, dadas as circunstâncias, é não desesperar por completo - nem tenho um namorado que me permite isso! Alguma coisa irei arranjar, dentro ou fora da área. Eu só me quero é sentir útil, realizada e remunerada q.b. Nem é pedir muito.


*BOSS AC - Sexta Feira (EMPREGO BOM JÁ)

e puff... lá se foi o cabelo .

Ainda estou naquela fase de habituação, mas penso não estar arrependida de ter ido à tesoura... bem que estava a precisar, tanto para a saúde do cabelo como para mim própria. Cortei um bom pedaço. Este novo corte dá-me um ar mais sério, pelo menos é o que acho quando me vejo ao espelho. Anyway, gosto muito! O antes. O agora:




gajas #4 .

Tenho que aproveitar esta vontade enorme de cortar o cabelo o mais rapidamente possível... Penteá-lo depois do banho já se torna uma missão quase-impossível, já não aguento tantos nós no cabelo!!. Acho que nunca o deixei ficar tão comprido como agora. Estou a escrever este post e a imagina-lo um palmo mais curto.

Espero que, até o dia, não mude de ideias.
Até lá, vou me tentar organizar para conseguir tirar uma hora para ir ao cabeleireiro. Uma vez que a minha à segunda feira atende em casa que, por sua vez, é no mesmo sítio onde moro e com a vantagem que lá pratica preços mais em conta. Portanto, para a semana espero ter este "problema" mais que resolvido.

No outro dia reencontrei as minhas amigas da faculdade no jantar de aniversário da C. que, por acaso, coincidiu com a noite de serenata da latada. Já não estávamos juntas desde o último exame que fomos todas fazer, em junho. Assim que saí do elevador do prédio fui literalmente esmagada pela H. que me abraçou e me encheu de beijinhos. Foi uma noite agradável, de reviver momentos e episódios da nossa vida académica. De perguntar por esta e por aquela, de cortar desta e da outra, de rir e, sobretudo, de matar saudades dos nossos momentos a 5. Parece que nunca nos tínhamos separado. Estava tudo na mesma, excepto o facto de três delas terem seguido para mestrado e eu e a D. termos ficado em stand by sobre esse assunto.
No fim do jantar passamos pela praça, onde haviam estudantes vindos de jantares de curso. Confesso que não senti saudades daquele ambiente. Ou então é de ainda não me habituar à ideia que terminou esse ciclo. Da mesma forma que não irei ceder ao convite que me fizeram em ver o cortejo e ir ao recinto no domingo. Mesmo enquanto era estudante, a latada nunca me entusiasmou assim muito. Prefiro a queima. Mas, neste momento, são estes encontros que me motivam ir a Coimbra para matar saudades. O próximo é já em dezembro para mais um fantástico jantar de natal e amigo secreto. Esse não pode, de todo, terminar! :)

pantufas .

Não me canso dizer isto, mas é que dos poucos grandes bons investimentos que fiz foi ter comprado umas botas mais caras (e boas!!) que me têm durado anos!! E comprei-as porque, num certo dia, passou-me pela cabeça jogar pela primeira vez no euromilhões. Pois que a sorte de principiante esteve do meu lado e ganhei 150€. Já andava ao tempo a namorar umas botas da timberland, mas nunca as tinha comprado por serem caras... Passado uma semana já as tinha nos pés. Não chegaram aos 100€ porque até ao número 36 eram 85€ (a sorte de ter o pé pequeno :p). Ainda trouxe também o produto para as limpar. E pronto, de há 7 anos para cá que somos inseparáveis quando começa o tempo chuvoso e frio. São quentinhas que só elas e não deixam passar ponta de água. Para além de serem super confortáveis. Apesar de, por dentro, já não estarem nas melhores condições e de já terem ido ao sapateiro para se coser uma sola (são as botas que mais uso, alguma coisa tem que se ressentir), ainda aqui estão para as curvas para mais um inverno! Foi o melhor investimento que fiz em calçado. Bom mesmo era voltar a jogar no euromilhões (que desde essa altura só joguei mais uma vez e só me saiu foi dinheiro da carteira), ganhar outro prémio jeitosinho e comprar outras para mais uns quantos invernos. 

as ditas cujas
Isto tudo para dizer que parece que está oficialmente aberta a época das botas.

diary of a trainee #2 .


Começo a entrar no ritmo do trabalho e a "dominar" a coisa. Às quartas e sextas são dias em que não tenho a coordenadora comigo. Pelo que, nos dias anteriores, me estipula sempre as tarefas para fazer ou tentar fazer no dia seguinte e me põe à vontade para a contactar quantas vezes forem necessárias. No outro dia passou-me o telefone para as mãos e disse para contactar com alguns formandos, tendo sempre a sua supervisão e mímicas quando me via um pouco mais atrapalhada. Hoje estive sozinha e, entre as muitas tarefas que tive que fazer, voltei aos contactos telefónicos, desta vez mais descontraída e completamente sozinha (!!). Aos poucos e poucos já me sinto como peixinho na água.
Hoje foi um dia cheio. Ainda assim arranjei vontade de ir ao ginásio. Apanhei uma valente molha e jantei já tarde, mas soube-me pela vida o banho quente neste fim de dia. É bom agora estar a ouvir chover torrencialmente, já dentro da caminha. Fico com aquela sensação que este foi um dia produtivo. Que venham mais dois dias e que sábado vá embora a chuva. Afinal, só tenho ali um vestido lindo, pendurado, descapotável q.b, para o casamento dos cunhados ;)

Vida de merda .

É bem certo que sabemos como saímos de casa, mas não sabemos como voltamos. Ou se voltamos. Ontem soube da trágica notícia do acidente de carro de uma conhecida da faculdade. Estava no último ano da licenciatura, do meu curso. Pelo pouco que convivi com ela, era uma rapariga simpática, empenhada e carinhosa. Ontem perdeu a vida, enquanto ia para Coimbra ter aulas,  num estúpido acidente de viação em que em nada teve culpa. Fiquei perplexa. Era apenas conhecida, mas custa sempre saber destas coisas, muito mais quando acontecem com pessoas tão novas e assim, de um momento para o outro. Hoje foi lhe feita a devida homenagem nos claustros da faculdade, onde colegas, amigos e conhecidos vestiram o traje e levaram consigo uma rosa branca. Amanhã será o funeral e irão também alguns professores, bem como um autocarro da AAC com os estudantes/amigos/conhecidos que a queiram acompanhar. Gostava de estar presente, mas infelizmente não posso. Pensarei nela e na dor que não será ver a única filha daqueles pais partir desta forma. O céu ganha mais uma estrelinha laranja chamada Catarina. 

diary of a trainee #1 .

Estreei-me nesta vida dos mais crescidos na terça feira. É estranho dizer que vou para o trabalho. Tenho-me tentado habituar à nova rotina e aos novos horários. Começo a aprender a conciliar melhor o sair praticamente de noite, chegar a casa e arranjar vontade de ainda ir ao ginásio. Ou então, quando não a arranjo, chego só a casa, janto, tomo um banho e deito-me. Espero que seja apenas uma fase de habituação. 
Relativamente ao estágio que estou a desempenhar, posso dizer que tenho a coordenadora mais fofinha da empresa. Explica-me tudo bem, pergunta sempre se preciso de ajuda e quando se ausenta diz-me sempre para estar à vontade para lhe ligar quantas vezes forem necessárias. Para além disso até já me deixa bilhetes fofinhos quando não vem à empresa, a designar o que tenho que fazer durante o dia. Penso estar-me a safar bem em algumas tarefas. É estranho sair de um mundo completamente diferente que é a faculdade, onde aprendemos muitas vezes palha atrás de palha, que muitas vezes nem vai ser precisa no contexto de trabalho. Aqui tudo parece mais claro, mais prático e produtivo. Se há qualidade que tenho é ser organizada. Então costumo fazer uma to do list de manhã com as coisas que tenho para fazer durante o dia. Vou riscando à medida que as faço e pronto... :) Hoje só me falta analisar uns quantos currículos para recrutar um formador e tenho o dia feito ;) 

Tal e qual .


Antigamente quando chegava a altura de ir dormir era como quem me matava... mas à medida que fui ficando mais crescida isso mudou. A hora de ir para a cama tornou-se só a melhor hora do dia. Isto de chegar sempre tarde a casa e ainda tentar ir ao ginásio pelo menos 3x por semana (que não é o que vai acontecer nesta semana, se for amanhã e sexta já me dou por contente) vai ser só a combinação perfeita para tornar as minhas noites de sono bem melhores. Nos próximos tempos creio que eu e a minha cama vamos ser só as melhores amigas. Sinto que o tempo não tem dado para nada que seja extra estágio. E a hora ainda nem mudou... fará quando mudar. Agora é que precisava de férias!