Já estou de fim de semana. Nos últimos tempos comecei a ficar só às sextas à tarde por causa do estágio. Acordei às 8h45 com o barulho da chuva, peguei no telemóvel, para desligar o alarme, e ainda pensei E se eu hoje me baldasse? mas, de repente, fez-se um click e pensei que não seria boa ideia, porque não quero lá andar na semana da queima. A manhã passou bem rápido. Fui a uma escola fazer uma atividade com uma turma de 12ºano, que por acaso era só de rapazes, maiores que eu [não é preciso muito] e muito atinadinhos. Por norma, o orientador que costuma andar comigo, apresenta-me sempre por Dra., o que, para mim, ainda não me soa nada bem. Tanto por ainda ser apenas uma estudante a terminar a licenciatura, por ter a idade que tenho [ainda que isso nada tenha a ver] e por não ser muito a favor que se aplique este termo em todas as áreas de estudo. Mas compreendo que ele me trate assim para tentar que haja ali um certo distanciamento e um certo respeito [dado que estou numa área que vai desde toxicodependentes, pessoas em risco e alunos, como foi hoje o caso]. Claro que no decorrer da atividade [eu com metade da turma e ele com a outra metade], da mesma forma que eu os tratava por Tu, eles faziam o mesmo. E notei mais isso da parte deles quando lhes expliquei que era estagiária e que ainda estudava. Aliás, nem eu me sentiria bem tratarem-me por Você. Afinal, se fossemos a ver, também eu era aluna. E se nunca fui desses protocolos todos, não era ali que o iria ser. Ainda por cima notei muito mais abertura da parte deles, confissões e coisas do género, nesta relação de Tu cá, Tu lá, se fosse o contrário. Eram capazes de ficar inibidos e a atividade não decorreria conforme o planeado. Acho que no final consegui passar bem a mensagem, sem impor regras e chamadas de atenção. E tudo isso penso que tenha sido muito pela minha postura. De certa forma consegui que se sentissem à vontade, sem pularem a cerca. Foi uma experiência diferente. Foi voltar a uma escola com outro tipo de papel, com outra postura e visão das coisas. E ainda matei saudades do barulho estridente do toque da campainha. 

Agora, vou aproveitar a onda deste tempo, vou vestir uma roupa mais confortável e dormir um pouco. Isto de todos os dias andar ao toque de despertadores é muiiito complicado.  

1 comentário:

  1. Realmente, em Portugal há a mania estúpida de qualquer um ser doutor, principalmente assistentes sociais (!) e psicólogos. Para mim é um descabimento, mas pronto.
    Eu cá passo-me é quando me tratam por tu sem me conhecerem de lado nenhum (mas também n precisam de tratar por Dra., por você é suficientemente correto) :)
    Bom fim de semana *

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