Mister Right

"Encontrar a pessoa certa dá um trabalhão. O Mister Right é um mito insondável, produto híbrido e ambivalente, fruto da nossa imaginação misturada com as nossas ambições, os nossos medos, o nosso passado, o património genético que herdámos e os padrões que se foram colando à nossa pele. E como se isso não bastasse, o ideal da pessoa certa vai conhecendo alterações ao longo da vida. O que nos parece perfeito aos 18 anos nunca é o que desejamos aos 28, muito menos aos 38.
Não acredito que a pessoa certa exista. (...) Acredito que existe uma relação certa, aquele relacionamento com uma pessoa que nos faz sentir felizes, protegidos e completos, quer para um lado, quer para o outro. Acredito em relações complementares entre pessoas de idades diferentes e vivências diferenciadas. (...) Acredito em relações em que mulheres muito belas escolhem homens apagados por verem neles mais do que o aspecto físico.
(...) E o que fazer quando se encontra a tal relação certa? É aqui que entra o trabalho de manutenção: depois de encontrar o Mister Right, é preciso verificar com frequência se ele está mesmo alright ou se pós maléficos se vão infiltrando na engrenagem.
(...) Dá trabalho encontrar a pessoa certa porque ela não é um ideal imaginado mas uma realidade construída. A pessoa certa só vence se trouxer consigo a relação certa. (...) Mas para lá de tudo isto reside uma verdade que bate qualquer argumento: a pessoa certa para nós só o pode ser se, ao olhar para nós, vir a pessoa certa para ela."



in "Onde reside o amor" , Margarida Rebelo Pinto

Sem comentários:

Enviar um comentário