Uma professora pediu para quem quisesse tirar algumas fotos por Coimbra [ainda nem sei bem com que intuito] para tirar. É um trabalho facultativo, que não conta para nota mas, como até era uma tarefa simples e divertida [e não houve aulas por causa de palestras], nós alinhámos e fomos aproveitar a tarde pela baixa, que por sinal até esteve bastante solarenga.
![]() |
![]() |
Descem do Outeiro as casas da cidade
Como rebanho de ovelhinhas brancas
Que viessem com sede até ao rio.
E, coleante cobra, vai subindo a encosta
Íngreme, a estrada, entre surribos verdes:
É lá o Vale do Inferno onde demora
A curva do caminho, e dá descanso
Múrmura fonte: e donde Coimbra – cidade
É habitável sonho de poetas.
E desço aonde? Aos laranjais das ínsuas,
Às margens dos salgueiros e dos choupos:
“Líricas de Camões” dão-me vigílias,
“Amantes rouxinóis” modulam sonho.
Olha: o Jardim, a Mata, e o par de namorados
Que deslaçam as mãos das verdes heras
Que cobrem os frondosos troncos seculares
Já quando te aproximas! Oh! noivas idades
Que procuram recantos entre as árvores
E as águas que murmuram! Pois os risos
Lavam e as lágrimas enxugam.
Rio acima, para o alto içando as velas,
Lá vêm da Foz as barcas dos serranos
Ajudando-as da margem com as sirgas:
E, num adeus que fica para sempre,
Que lindas, quando as leva o braço e o vento!
Afonso Duarte*
* poeta que nasceu na aldeia dos meus avós maternos.
muito bem, solarenga e não soalheira x) eheh
ResponderEliminar